Qualidade de vida no trabalho e saúde mental são temas da segunda palestra no XVIII Conapef


Na segunda palestra do XVIII Congresso Nacional dos Policiais Federais (Conapef), os participantes puderam entender como algumas práticas de Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) impactam a saúde mental do trabalhador. Para isso, o doutor e professor da Universidade de Brasília (UnB), Mário César Ferreira, um dos grandes expoentes sobre a Qualidade de Vida no Trabalho no país, conduziu os participantes do evento a refletirem sobre os respectivos ambientes de trabalho.

Esse direcionamento foi feito com base na exposição dos motivos que tornam o ambiente de trabalho positivo ou negativo, segundo abordagem teórico-metodológica de QVT e na própria conceituação do termo, que consiste basicamente no enfrentamento das causas de mal-estar no trabalho que comprometem tanto o bem-estar dos trabalhadores quanto a efetividade organizacional.

O palestrante ressaltou ainda a importância de se adotar práticas efetivas que combatam as causas mais profundas do mal-estar nos ambientes corporativos. Para Mário César, predominam nas instituições públicas brasileiras ações superficiais, que fornecem abordagens compensatórias e paliativas, denominadas por ele como “Ofurô Corporativo”.

Para o palestrante, essas ações se caracterizam por resolver momentaneamente a situação de estresse corporativo. “Passados 50 minutos, esse mesmo programa volta a colocar o trabalhador nas condições normais de temperatura e pressão e, portanto, todas as causas do mal-estar no trabalho se reinstalam. Essa perspectiva é de fôlego curto, não tem nada de sustentável’, explica. 

De acordo com Mário César, esse tipo de prática não é essencial, pois não mexe nas causas, nas raízes profundas, nas vivências de mal-estar no trabalho. “Restringir QVT a isso é praticar assistencialismo. É pensar que o trabalhador é a variável de ajuste”, completa.

A apresentação forneceu ainda uma visão panorâmica sobre a atualidade e a importância da promoção Qualidade de Vida no Trabalho no contexto das organizações como alternativa ao adoecimento dos trabalhadores, especialmente no contexto brasileiro da segurança pública.


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